A joia carnívora da nossa flora
Um fogo controlado, com o objetivo de eliminar um foco da espécie invasora háquea (Hakea decurrens) fez despertar da terra algo extraordinário. Uma pequena população de pinheiro-baboso, também chamado de erva-pinheira-orvalhada (Drosophyllum lusitanicum), a joia carnívora da nossa flora.
Em Portugal ergue-se do litoral centro ao sudoeste alentejano e Algarve, com ocorrências mais dispersas no norte, dispersa em pequenos núcleos frágeis, quase sempre escondida em clareiras de matos acidófilos, pinhais abertos e orlas de sobreirais, escolhendo sempre os substratos siliciosos, o cascalho e o xisto, como quem conhece de cor a dureza da terra.
As suas folhas longas e enroladas libertam gotículas viscosas que cintilam ao sol como orvalho, mas são armadilhas fatais para insetos incautos. É uma raridade do mundo mediterrânico ocidental, uma pérola discreta que resiste onde o calor seca os solos e o vento do oceano traz frescura passageira.
É aqui, no nosso território, que encontra a sua maior expressão populacional, como se o nosso país fosse o seu verdadeiro lar. É a única espécie do seu género e família, um endemismo ibero magrebino, uma relíquia viva que a paisagem acolhe como pode e que nos cabe proteger com cuidado.
O seu estatuto de ameaça é claro. Classificada como Vulnerável, estima-se que existam apenas alguns milhares de indivíduos, repartidos por núcleos pequenos e isolados. A pressão urbana e florestal, sobretudo no Sudoeste onde as plantações de eucalipto avançaram sobre o seu território, tem feito recuar o habitat.
Charles Darwin ficou fascinado com ela. Em 1869 recebeu exemplares vivos enviados do Porto por W. C. Tait e descreveu-a no seu livro Insectivorous Plants, publicado em 1875. Observou como os insetos aderiam à mucilagem e eram lentamente digeridos, confirmando o extraordinário engenho da natureza.
Em Portugal ergue-se do litoral centro ao sudoeste alentejano e Algarve, com ocorrências mais dispersas no norte, dispersa em pequenos núcleos frágeis, quase sempre escondida em clareiras de matos acidófilos, pinhais abertos e orlas de sobreirais, escolhendo sempre os substratos siliciosos, o cascalho e o xisto, como quem conhece de cor a dureza da terra.
As suas folhas longas e enroladas libertam gotículas viscosas que cintilam ao sol como orvalho, mas são armadilhas fatais para insetos incautos. É uma raridade do mundo mediterrânico ocidental, uma pérola discreta que resiste onde o calor seca os solos e o vento do oceano traz frescura passageira.
É aqui, no nosso território, que encontra a sua maior expressão populacional, como se o nosso país fosse o seu verdadeiro lar. É a única espécie do seu género e família, um endemismo ibero magrebino, uma relíquia viva que a paisagem acolhe como pode e que nos cabe proteger com cuidado.
O seu estatuto de ameaça é claro. Classificada como Vulnerável, estima-se que existam apenas alguns milhares de indivíduos, repartidos por núcleos pequenos e isolados. A pressão urbana e florestal, sobretudo no Sudoeste onde as plantações de eucalipto avançaram sobre o seu território, tem feito recuar o habitat.
Charles Darwin ficou fascinado com ela. Em 1869 recebeu exemplares vivos enviados do Porto por W. C. Tait e descreveu-a no seu livro Insectivorous Plants, publicado em 1875. Observou como os insetos aderiam à mucilagem e eram lentamente digeridos, confirmando o extraordinário engenho da natureza.
Este dia foi Natal para mim, pude fotografar esta população e documentar um pequeno milagre. Adoro o meu trabalho!


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