O Butão e Eu

Em Julho de 2001, participei no World Congress of Medicinal and Aromatic Plants, em Budapeste, Hungria. Era muito jovem na altura e 1 de 4 portugueses no evento. Entre as milhares de coisas engraçadas que nos acontecem sempre em viagem, uma muito especial, foi agora avivada com esta noticia.
 
No sitio onde fiquei hospedado, havia gente de muitos países, mas simpatizei particularmente com 2 agrónomos butaneses, muito pequeninos e que mal sabiam falar inglês!!! Foi a primeira vez que saíram do seu país, e tudo o que enfrentavam era novo para eles. Até mesmo o simples caminhar pelas ruas da cidade ou andar de eléctrico!!!

Transformei-me numa espécie de escuteiro, decidi "adoptá-los" e ajudar no que pudesse para os integrar. Claro que este gesto teve o seu quê de egoísta, era simplesmente delicioso observar as suas reacções a tudo o que os rodeava!!! Foi incrível!!!

Das conversas que fomos tendo, eles explicaram que o rei desta monarquia budista, pretendia expandir a agricultura, que já era a principal actividade económica do país, mas pretendia que esta fosse sustentável, uma agricultura biológica. Ora, isto é notável, sobretudo quando tomamos conta que este é um dos países mais pobres e fechados do mundo.

No final do congresso, despedimo-nos emotivamente e eles formalizaram o convite para que fosse para o Butão trabalhar nos novos projectos do país. Recusei. Mas ainda hoje é daquelas decisões de vida que lamento não ter ponderado melhor...

Esta notícia faz-me sonhar com intensidade.... tenho dito, no meu meio, que sonho que Portugal venha a constituir a primeira fileira mundial 100% BIO, na produção de plantas aromáticas, medicinais e condimentares. E quanto ao Butão e aos meus amigos butaneses, mesmo pobres materialmente, são das pessoas mais evoluídas que já conheci. A milhas, muitas milhas do que vai sobrando pelo nosso país...

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