Apresentação do Livro Uma Horta em Casa na FNAC
Na passada sexta-feira tive a honra de apresentar o livro Uma Horta em Casa da professora Isabel Mourão e do arquitecto paisagista Miguel Brito, na FNAC. Eis o que disse sobre o livro:
A Isabel é mulher pragmática, incansável, professora a sério, uma cientista, uma mulher de ideais fortes e com a garra e a determinação para os defender.
Este é um dos livros mais bonitos que tive oportunidade de ler nos últimos tempos. Fluído, fácil de consultar, bem organizado, muito ao estilo dos livros da inglesa DK que dominam a estante daqueles que amam horticultura e jardins.
A obra faz uma clara transposição do conhecimento académico para um público mais amplo. Notável como alguém com o nível académico da Isabel envereda por uma obra que de forma muito simples explica como fazer - essa dificuldade da transposição do conhecimento aqui não existe o que denota uma enorme experiência de trabalho de campo, que tantas vezes falta a quem ensina.
Porquê uma horta em casa? se hoje podemos comprar os alimentos tão baratos, sem perder tempo?! Estamos, como sociedade, cada vez mais distantes dos agrossistemas, muito poucos sabem de facto como os alimentos são produzidos.
Trazer a horta para casa corresponde à necessidade de as pessoas nas cidades se aproximarem da natureza, ensina a valorizar os alimentos, a forma como são produzidos e a dar valor ao esforço necessário para o fazer. E que existem pessoas, famílias, expectativas e muitas vezes anos de investimento e preparação, para que os alimentos cheguem às nossas casas.
Faz com que se sintam confortáveis com a segurança alimentar, com que contribuam pela biodiversidade alimentar. Hoje comprar na grande distribuição é uma experiência redutora, para quem pode ter pela frente o mundo em ingredientes, ao alcance de uma semente!!!
Os alimentos são mais do que coisas que precisamos de comprar a um preço baixo, na realidade há pessoas por detrás deles, famílias e todo um estilo de vida em conformidade.
Quando se cultiva em casa, a preocupação supera o custo dos alimentos, quando alguém cultiva, está a comprar tempo de qualidade ao tempo, que é escasso, das suas vidas.
Conheço a mãe, o Miguel conheci agora. Temos aqui um livro que mostra um diálogo claro entre um paisagista e um agrónomo.
É uma curiosa associação, sinto uma cumplicidade enorme por este trabalho porque já trabalhei como jardineiro e hoje sou agricultor. Sei por experiência que nem sempre arquitectos paisagistas e agrónomos conseguem estar de acordo, mas suponho que se isso aconteceu aqui, a mãe veio ao de cima e impôs a razão!!!
Este é um dos livros mais bonitos que tive oportunidade de ler nos últimos tempos. Fluído, fácil de consultar, bem organizado, muito ao estilo dos livros da inglesa DK que dominam a estante daqueles que amam horticultura e jardins.
A obra faz uma clara transposição do conhecimento académico para um público mais amplo. Notável como alguém com o nível académico da Isabel envereda por uma obra que de forma muito simples explica como fazer - essa dificuldade da transposição do conhecimento aqui não existe o que denota uma enorme experiência de trabalho de campo, que tantas vezes falta a quem ensina.
Porquê uma horta em casa? se hoje podemos comprar os alimentos tão baratos, sem perder tempo?! Estamos, como sociedade, cada vez mais distantes dos agrossistemas, muito poucos sabem de facto como os alimentos são produzidos.
Trazer a horta para casa corresponde à necessidade de as pessoas nas cidades se aproximarem da natureza, ensina a valorizar os alimentos, a forma como são produzidos e a dar valor ao esforço necessário para o fazer. E que existem pessoas, famílias, expectativas e muitas vezes anos de investimento e preparação, para que os alimentos cheguem às nossas casas.
Faz com que se sintam confortáveis com a segurança alimentar, com que contribuam pela biodiversidade alimentar. Hoje comprar na grande distribuição é uma experiência redutora, para quem pode ter pela frente o mundo em ingredientes, ao alcance de uma semente!!!
Os alimentos são mais do que coisas que precisamos de comprar a um preço baixo, na realidade há pessoas por detrás deles, famílias e todo um estilo de vida em conformidade.
Quando se cultiva em casa, a preocupação supera o custo dos alimentos, quando alguém cultiva, está a comprar tempo de qualidade ao tempo, que é escasso, das suas vidas.
Conheço a mãe, o Miguel conheci agora. Temos aqui um livro que mostra um diálogo claro entre um paisagista e um agrónomo.
É uma curiosa associação, sinto uma cumplicidade enorme por este trabalho porque já trabalhei como jardineiro e hoje sou agricultor. Sei por experiência que nem sempre arquitectos paisagistas e agrónomos conseguem estar de acordo, mas suponho que se isso aconteceu aqui, a mãe veio ao de cima e impôs a razão!!!
Por exemplo, na rega (página 84) não se caiu na tentação de estabelecer uma receita, mas antes se conduz o leitor através do conhecimento suficiente para ser ele a tomar uma decisão acertada.
Gosto da forma como o Miguel Brito explorou, com os seus desenhos e esquemas, o ONDE. Tanta gente acha que não é espacialmente possível e na página 94 o Miguel prova que é!!!
O livro está adaptado à realidade portuguesa. É frequente abrirmos um fantástico livro sobre plantas, hortas e jardins e encontrarmos duendes, druídas e fadas nos jardins, plantas que não são comuns nos nossos hortos, oliveiras e laranjeiras plantadas como plantas de estufa!!!
Aqui temos a couve-portuguesa (Cristiano Ronaldo das plantas de Portugal) ou o hipericão-do-gerês (talvez a única planta portuguesa com o nome de uma região).
Poucas são as obras deste género que se focam no modo de produzir. E aqui descobrimos logo na capa que podemos fazê-lo, mesmo na varanda ou em casa, sem pesticidas, sem adubos de síntese.
Podemos inclusive fantasiar e entrar num mundo em que não temos que comprar os nossos alimentos em circuitos de distribuição em massa, mas que estes podem ser produzidos localmente, de forma sustentável.
As hortas urbanas não são uma moda, são uma tendência, uma necessidade que as pessoas apresentam, de forma crescente, de se aproximar da natureza, mas também de si próprias (da sua essência).
Quando depois de ler este livro começar a sua horta urbana, descobrirá uma espécie de democracia honesta e implícita, onde há uma enorme necessidade de partilhar, sementes, experiências, o que se colheu. A seguir será invadido por uma enorme sensação de orgulho (não no sentido da soberba ou da vaidade). Sentirá orgulho na partilha, que é aliás um denominador comum na maior parte das pessoas que cultiva, independentemente da sua profissão, condição social ou formação.
Temos aqui uma árvore rara, da espécie Isabellis mouronnis, a sua semente, e nas minhas mãos o fruto que levou 2 anos a amadurecer, creio que de facto agora está no ponto para se colher, na escala de brix!!! E é bio!!!
Gosto da forma como o Miguel Brito explorou, com os seus desenhos e esquemas, o ONDE. Tanta gente acha que não é espacialmente possível e na página 94 o Miguel prova que é!!!
O livro está adaptado à realidade portuguesa. É frequente abrirmos um fantástico livro sobre plantas, hortas e jardins e encontrarmos duendes, druídas e fadas nos jardins, plantas que não são comuns nos nossos hortos, oliveiras e laranjeiras plantadas como plantas de estufa!!!
Aqui temos a couve-portuguesa (Cristiano Ronaldo das plantas de Portugal) ou o hipericão-do-gerês (talvez a única planta portuguesa com o nome de uma região).
Poucas são as obras deste género que se focam no modo de produzir. E aqui descobrimos logo na capa que podemos fazê-lo, mesmo na varanda ou em casa, sem pesticidas, sem adubos de síntese.
Podemos inclusive fantasiar e entrar num mundo em que não temos que comprar os nossos alimentos em circuitos de distribuição em massa, mas que estes podem ser produzidos localmente, de forma sustentável.
As hortas urbanas não são uma moda, são uma tendência, uma necessidade que as pessoas apresentam, de forma crescente, de se aproximar da natureza, mas também de si próprias (da sua essência).
Quando depois de ler este livro começar a sua horta urbana, descobrirá uma espécie de democracia honesta e implícita, onde há uma enorme necessidade de partilhar, sementes, experiências, o que se colheu. A seguir será invadido por uma enorme sensação de orgulho (não no sentido da soberba ou da vaidade). Sentirá orgulho na partilha, que é aliás um denominador comum na maior parte das pessoas que cultiva, independentemente da sua profissão, condição social ou formação.
Temos aqui uma árvore rara, da espécie Isabellis mouronnis, a sua semente, e nas minhas mãos o fruto que levou 2 anos a amadurecer, creio que de facto agora está no ponto para se colher, na escala de brix!!! E é bio!!!
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