Druidas fugidos de casa de seus pais

Nos últimos tempos, a televisão lá de casa serve apenas para visualizar filmes ou documentários. As alterações climáticas trouxeram "seca" de criatividade e os canais generalistas e de "informação" sobrevivem na "lama" das audiências, entre as eternas novelas e os programas de comentário desportivo, equivalentes ao purgatório, ainda com o sangue quente a correr nas veias. Um castigo demasiado severo para quem, como eu, não desiste do pecado da caixa mágica...

Chega a ser um desespero ligar o televisor e dedilhar nervosamente as teclas do comando, num zapping frenético, enquanto não aterramos em porto seguro, quase sempre fora das grelhas televisivas nacionais, que nos últimos anos mais parecem aquelas máquinas de grelhar frangos dos anos 80 (que entretanto se extinguiram).

Estamos no século XXI depois de Cristo e todo o panorama televisivo nacional está ocupado por um exército de infernais máquinas rotativas, a pingar de gordura e a tresandar a bedum… 

Todo? Não! Uma aldeia do audiovisual, povoada pelos irredutíveis, Gonçalo Reis, Daniel Deusdado, entre muitos outros, resiste agora e sempre ao invasor. 

Como é possível que a estação pública de televisão, perdida algures na PortuGália, consiga resistir a tão poderoso exército?!

O que a torna tão apetecível?! Parte da resposta está na receita da poção mágica, servida por Bruno Nogueira e Miguel Esteves Cardoso, druidas fugidos de casa de seus pais às terças-feiras ao serão, ou nos diversos documentários e séries de grande qualidade que por ali abundam como linhas de água fresca no Gerês, em anos de chuva.

Espero que nos próximos tempos nunca lhes faltem ingredientes para se manterem irredutíveis... uma pessoa habitua-se e depois custa largar... e toda a gente sabe que o efeito da poção mágica teima em passar depressa... Episódio 4 disponível neste link.

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