Que planta seria eu no seu Universo Botânico?!

Pense nas suas plantas favoritas. Consegue estabelecer uma relação entre alguma dessas plantas e uma pessoa importante para si? Eu consigo. É delicioso!
 
Sempre que colho um pouco de erva-do-caril (Helichrysum italicum), recebo da Maria Cramês a mesma reação: “Uhm, cheiras tão, bem, cheiras a caril…”. 
 
É tão eficiente como uma flor de rosmaninho a atrair abelhas ou um anúncio de Axe para as axilas de um adolescente macho.
 
Tornou-se por isso frequente esfregar certas partes do corpo com a planta antes de chegar a casa, if you know what I mean… 
 
Ao fazê-lo estou de certa forma a recuperar a sensualidade natural que perdi, vá-se lá saber onde… A erva-do-caril é a “Maria Jones em Busca da Sensualidade Perdida”, e eu gosto sempre, como da primeira vez que vi este filme.
 
Não imagino comer um morango que seja sem ter na memória o meu querido amigo Manuel Marques, que de zootécnico se fez produtor de morangos biológicos. 
 
Esta relação não é na realidade muito difícil, porque os dele são dos melhores que há.
 
Depois de conhecer a Ana Matos Fernandes, aka Capicua, os manjericos (Ocimum minimum) também cheiram a pão quente e terra molhada.
 
A erva-peixeira (Mentha cervina) e o tomilho bela-luz (Thymus mastichina), dois endemismos ibéricos, são património genético exclusivo da Península.
 
Sempre que tenho alguma destas plantas na mão, de imediato me surge no pensamento um dos professores mais importantes da minha vida.
 
A paixão que nutro pelas plantas aromáticas não seria tão intensa se não tivesse tido como mestre o Professor José Ribeiro. Estas plantas serão eternamente as plantas dele.
 
Como será a árvore-da-castidade (Vitex agnus-castus) propriedade do Professor Antonio P. Cunha.
Nunca poderei esquecer que me pediu uma imagem da flor desta planta, que hoje adorna a capa de um dos seus magníficos livros, Plantas Medicinais da Farmacopeia Portuguesa, da Gulbenkian.
 
A magnólia-banana (Michelia figo) é a personificação do mestre-jardineiro Augusto, com quem tive o privilégio de trabalhar e aprender tanto nos jardins de Serralves. Únicos.
 
A minha avó-materna (Maria), mulher do Minho, apresentou-me em criança a alcachofra-dos-telhados ou saião-curto (Sempervivum tectorum). 
 
Era hábito nas aldeias da região ter uma pousada no telhado, para evitar que o raio caísse na casa. Ainda hoje esta planta é indispensável na minha colecção pessoal. 
 
Tenho um enorme fascínio pela forma como vive de quase nada, produzindo uma das florações mais espectaculares que já vi neste tipo de plantas. É um facto, até hoje nenhum raio me caiu em cima.
 
Rapaz de 15 anos, fui levado às compras ao horto da freguesia com a avó-paterna (Aurora). Enamorou-se por uma enorme dracaena (Dracaena fragrans), planta de interior que carreguei "dolorosamente" até sua casa. 
 
Durante anos fui sempre, como hei-de dizer... 
 
sugestionado de forma muito convincente, como só as avós sabem fazer, para anualmente mudar o vaso e propagar dezenas e dezenas de dracaenas, para que a minha avó as pudesse orgulhosamente oferecer às suas amigas e familiares próximos.
 
A lista é enorme, grande demais para um só post! 
 
Na eventualidade de por alguma razão eu ser uma pessoa importante para si, que planta seria eu no seu Universo Botânico?! 
 
Vale tudo menos erva-do-caril…
 

 

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