Disco de ouro

Em 1977, a NASA lançou uma missão de pesquisa espacial, as sondas Voyager 1 e Voyager 2, com o objetivo inicial de estudar os planetas Júpiter e Saturno, e suas respetivas luas. 
 
A Agência Espacial dos EUA criou um comité, chefiado por Carl Sagan, da Universidade de Cornell, a quem atribuiu o enorme desafio de colocar vários registos a bordo das sondas, contendo sons e imagens selecionados, dirigidos a qualquer forma de vida extraterrestre (ou seres humanos do futuro distante).
 
Sagan e os seus colegas reuniram 115 imagens e vários sons naturais, como o registo sonoro de trovões, vento, ondas do mar e cantos de pássaros e baleias. 
 
Além disso, foi incluída uma coletânea musical, com obras de diferentes épocas e culturas. Também foram registadas saudações em 55 línguas.
 
Cada sonda Voyager transporta um disco de cobre folheado a ouro, de 12 polegadas, contendo sons e imagens selecionados para retratar a diversidade da vida e da cultura na Terra, uma espécie de cápsula do tempo, destinada a comunicar uma história do nosso mundo a quem os encontrar.
 
Vi pela primeira vez as 115 imagens registadas nos discos de ouro e fiquei absolutamente fascinado com uma série de pormenores. 
 
A única imagem detalhada de uma planta é a de uma folha de morangueiro (Fragaria sp.). Entre milhares de espécies importantes para o homem, porquê o morangueiro?! Será porque: ‘Strawberry fields forever?!
 
O que mais me inquietou nesta criteriosa seleção, realizada em finais dos anos 70, para dar a conhecer o planeta Terra e a história da humanidade até então, a civilizações potencialmente muito mais avançadas do que a nossa, é que uma percentagem elevada parece mostrar cenas do quotidiano… em Portugal, 2023!
 
Será por isso que o nosso país é hoje considerado por muitos, sobretudo por extraterrestres com poder de compra, o melhor do mundo para se viver e procriar?!
 
Em 2004 (Voyager 1) e em 2007 (Voyager 2) saíram da Heliosfera, entrando numa região conhecida como Heliosheath, a fronteira do sistema solar com o espaço interestelar. 
 
A promoção de Portugal como destino de eleição, para quem vier por bem, continua garantida pelos discos de ouro e pelas sedutoras imagens, que parecem retratar o país com o potencial histórico para elevar às estrelas os princípios fundadores do Quinto Império.
 










 

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