Maias de 2020

Manda a tradição que hoje, antes da meia-noite, se colha um ramo de maias ou giesteira-das-vassouras (Cytisus scoparius) e se coloque nas portas ou nas janelas das casas.

O objectivo desta milenar tradição é afastar o mal, o carrapato, ou nos dias de hoje, o coronavírus, razão pela qual já tenho a minha máscara pronta.

Será também uma forma de iniciar o mês de Maio celebrando a fertilidade e a abundância da natureza que nos rodeia e um alerta para a importância de a respeitarmos e aprendermos que fazemos parte do todo e não estamos nunca acima dele.

Partilho alguns provérbios ancestrais relativos ao mês mais bonito do ano, uma alusão à Terra e ao quanto dela dependemos:

A melhor cepa, Maio a deita.
A velha, em Maio, come castanhas ao borralho.
Em Maio, a chuvinha de Ascensão dá palhinhas e dá pão.
Em Maio, a quem não tem, basta-lhe o saio.
Em Maio, até a unha do gado faz estrume.
Em Maio ainda os bois estão oito dias ao ramalho.
Em Maio de calor, a todo o ano dá valor.
Em Maio deixa a mosca o boi e toma o asno.
Em Maio espetam-se as rocas e sacham-se as hortas.
Em Maio, nem à porta de casa saio.
Mês de Maio, mês de flores, mês de Maria, mês dos amores.
Em Maio, passarinho em raio.
Em Maio verás a água com que regarás.
Maio chuvoso, ano formoso.
Maio claro e ventoso, faz ano rendoso.
Maio hortelão, muita palha e pouco grão.
Maio jardineiro, enche o celeiro.
Maio o deu, Maio o leva.
Maio pequenino, de flores enfeitadinho.
Quando em Maio arrulha a perdiz, ano feliz.
Quem em Maio relva não tem pão nem erva.


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