Erva-dos-gatos

Espontânea no nosso país, embora não muito frequente, a Nepeta cataria é também conhecida por nêveda-dos-gatos, erva-gateira e catária. Herbácea vivaz, cresce bem em solos leves e bem drenados, adaptando-se a distintos pH. Prefere boa exposição solar, não tolerando a sombra. Muito resistente às baixas temperaturas, representa uma excelente opção para qualquer jardim, já que é uma planta de crescimento muito rápido, apresentando floração entre Maio e Setembro, com flores em grande número, formando espigas brancas verdadeiramente espectaculares, que atraem uma panóplia de insectos polinizadores. Pode crescer até 1 metro de altura e 60 cm de diâmetro. Fundamental no jardim de todos aqueles que adoram felinos.

Muitas vezes confunde-se com outra do mesmo género, a Nepeta x faassenii, que é um híbrido utilizado como ornamental, com menor capacidade de atracção nos gatos e sem propriedades medicinais. Também existe no mercado um dispositivo que se rega e em pouco tempo germina uma planta que os gatos usam para se purgar, normalmente uma gramínea como o azevém, cujos efeitos não devem ser confundidos. Além disso, existe também a Nepeta cataria var. Citriodora, mais utilizada comercialmente por proporcionar uma infusão de sabor bastante agradável.

Após a floração, deve ser podada próximo do solo de forma a permitir nova rebentação, forte e saudável, além de uma nova colheita.
A sua propagação faz-se por semente na Primavera, podendo germinar em cerca de 1 semana. Podem também dividir-se os tufos que a planta forma ou então fazer estacas dos ramos sem flor durante toda a Primavera/Verão.
Torna-se sensível a doenças como oídio e outras se não for podada ou se for cultivada em condições adversas.

Tem o poder de repelir afídeos, escaravelhos e até formigas, se plantada entre plantas ornamentais ou na horta. Uma forte infusão da planta pode repelir pulgas de tapetes ou do pêlo dos animais. Além disso, pode ser um óptimo repelente de ratos, já que mantém os gatos por perto!!!

Tem uma longa tradição de utilização como remédio caseiro, sendo empregada em problemas do aparelho digestivo, problemas respiratórios (tosse e bronquite), insónias e problemas ginecológicos. O sabor agradável da infusão e a acção suave torna-a eficaz no tratamento de cólicas, constipações, gripes e febres em crianças. A acção sedativa ligeira é atribuída às nepetalactonas e à actinidina, substâncias semelhantes às existentes na valeriana (Valeriana officinalis) planta que também é sedativa e exerce atracção sobre os felinos.

Utilizam-se as folhas jovens frescas em saladas, sopas, molhos e secas ou frescas em infusões, que devem ser preparadas com cuidado, para que se mantenham os óleos essenciais, muito voláteis. Não se deve nunca ferver a água. Não tem efeitos secundários ou toxicidade conhecidos, embora não deva ser utilizada durante a gravidez.

As folhas secas, quando fumadas, produzem uma sensação de euforia semelhante à sensação produzida pelo consumo idêntico do cânhamo (Cannabis sativa). Mantêm os aromas com o tempo e podem ser utilizadas em pot-pourri.

O efeito desta planta nalguns gatos é muito curioso: farejam a planta e depois esfregam o focinho, podendo até rolar o corpo sobre a planta; se a ingerirem, ficam imediatamente excitados. Os efeitos estimulantes devem-se a compostos voláteis que a planta produz e que parecem afectar todos os felinos, provocando alucinações. Muitos agem como se quisessem apanhar com as garras objectos, insectos e pequenos animais que só existem na sua imaginação. Outros adoptam atitudes provocatórias, baixam as orelhas e parecem querer atacar um congénere inexistente. No meio de tudo isto, as plantas muitas vezes são danificadas severamente, pelo que convém protegê-las com um cesto de arame virado ao contrário, preso no chão, já que uma estrutura como esta permite a entrada de luz fundamental para a sobrevivência da planta e apenas permite que os gatos consumam algumas folhas exteriores, sem se rebolar nas plantas.

O nosso gato gosta muito desta erva e nele o seu efeito manifesta-se por uma enorme calma, olhos fechados, babando-se com frequência e lambendo-se avidamente, ficando neste estado algum tempo. Quem o conhece sabe que é um gato feliz…

Sobre tudo isto podem ver um vídeo muito engraçado que publiquei há já uns tempos aqui no estaminé, lá mais para trás. Disponível aqui.

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