Há cerca de 2 semanas que um exemplar de uma ave nunca antes observada no Cantinho das Aromáticas, a Íbis-preta (Plegadis falcinellus), nos tem visitado todos os dias durante largos períodos, na companhia da mais comum Garça-boieira (Bubulcus ibis).

Visita regular são também a Garça-real (Ardea cinerea), o Guarda rios (Alcedo atthis), o Pato-real (Anas platyrhynchos), o Pombo-torcaz (Columba palumbus), o Peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus) ou o Gavião (Accipiter nisus). Entre os habitantes permanentes, temos a Coruja-das-torres (Tyto alba) e o Mocho-galego (Athene noctua), entre muitas outras aves.

Segundo o site Aves de Portugal, esta espécie está presente no nosso país durante o ano todo, sendo mais abundante nos meses de Inverno, entre Setembro e Março. Como nidificante, apenas são conhecidas duas tentativas recentes de reprodução, ambas no vale do Tejo. Pode formar bandos de algumas centenas de aves, embora o mais comum é encontrarem-se aglomerados de algumas dezenas, tratando-se de uma espécie pouco comum e de distribuição muito localizada.

Em Dezembro de 2011 foram referenciados 36 exemplares no estuário do Douro, na primeira reserva natural local do país, que fica bem perto do Cantinho das Aromáticas, como se pode ver nesta foto.

É portanto uma ave que raramente ocorre nesta região. Nunca deixa de me emocionar a presença de espécies selvagens raras na nossa Quinta, sinal de que prestamos um serviço de enorme valor para a comunidade, ao ocuparmos e explorarmos o solo e os recursos hídricos de forma consciente, equilibrada e sustentada.

A presença em liberdade de patos domésticos, galinhas, garnizés e gansos garantem às aves selvagens que nos visitam que este é um poiso seguro.

 Íbis-preta (Plegadis falcinellus) a alimentar-se nas linhas de água que correm à superfície.

A levantar voo com o bando de garças boieiras

Gansos domésticos

Íbis-preta (Plegadis falcinellus). Inconfundível, pela forma curvada e longa do bico, e pelo tom uniformemente castanho-escuro. Por vezes, conseguem-se observar os reflexos esverdeados nas asas dos adultos. Ave de dimensão média-grande, pode desaparecer facilmente por entre a vegetação nos locais onde se alimenta, possuindo um pescoço comprido como se fosse o prolongamento do bico longo e encurvado para baixo. As patas compridas e escuras permitem-lhe caminhar sobre a vegetação e na água. Bem vinda!!! Será senhora ou cavalheiro?!!!