Quem quer fazer uma queimada com o agricultor?!

Quem quer fazer uma queimada com o agricultor?!

Penso que muitos partilharão comigo a sensação de vazio emocional, moral, ético e económico, quando deambulando pelos caminhos de Portugal se deparam com o cenário das queimadas e fogos, e tem que o explicar aos filhos, a quem esperamos deixar este país em legado, que por eles nos foi emprestado...

O nosso território arde mais do que qualquer outro na Europa e este cenário repete-se todos os anos, sem nunca conseguirmos dar uma resposta corajosa.

Existe uma total ausência de responsabilidade colectiva sobre a questão da gestão do território, que se prolonga há décadas.

Assistimos, como povo, de forma impávida e serena, cedendo aos estímulos do dinheiro fácil para plantar espécies invasoras em imensos territórios, cada vez mais esvaziados de pessoas e oportunidades.

Entretanto as alterações climáticas, o empobrecimento dos solos, a ausência de linhas de água, rapidamente transformarão este cenário numa doença crónica colectiva, sem cura ao alcance seja de quem for...

Ensinaram-nos na escola primária que a floresta era importante, como ensinaram aos nossos pais e avós.

No entanto todos os anos vivemos este filme de terror, este sofrimento auto-infligido, é um masoquismo terrível.

Os terroristas não precisam de vir para Portugal, nós já temos terrorismo activo há mais de 20 anos.
Se temos políticas contra o terrorismo, porque é que não aplicamos as mesmas políticas contra os incêndios e a quem, de forma directa ou indirecta, os provoca?

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