Quem quer uma casa no campo como o agricultor?!

Quem quer uma casa no campo como o agricultor?!

Há alguns anos atrás conheci uma Maria Capaz, mulher com o espírito critico típico do Porto, uma comandante da guerrilha cor-de-rosa que virou abelha-rainha.

Cheguei até ela seguindo o rasto do seu perfume favorito, pão quente, terra molhada e manjerico.

Encantou-me o seu charme, doçura e um invulgar talento para usar as palavras, tantas vezes nascidas da sua boca para logo andarem à porrada.

Da minha casa no campo, que é na cidade, já saíram manjericos, para um dos seus concertos no Rivoli e nenhum de nós teve que empenhar o anel de rubi.

E muitas outras perfumaram o teatro de São Luiz, onde entre rimas, batidas, palavras escritas e cantadas, ensinou os mais pequenos e seus pais a descobrirem a Mão Verde.

Provou ser uma artista perene, como a alfazema, que como todas as mulheres quer sentir que é diferente. Pois é.

Desde então esta Sereia Louca faz-me companhia, brinda-me com a sua amizade e carinho. 

Encontrei um búzio que me diz coisas estranhas ao ouvido. Disse-me que uma casa no campo faz mais sentido repleta de sorrisos e gargalhadas de crianças felizes.

O búzio que falou comigo também falou com ela. A cegonha encarregou-se do resto e poucos meses depois cada um de nós haveria de apresentar ao mundo um filho, sementes de amores que se cultivam com dedicação.

Capicua, tripeira com orgulho, tal como eu, carrega o sonho, convicto!

Sempre que ouço a sua versão da casa no campo, quero lá ficar a viver para sempre. 
 
 

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