Exercício de Primavera

A Primavera começa com um pequeno exercício, inspirado nesta placa encontrada algures num pomar de citrinos no Algarve.


Os fitofármacos utilizados em agricultura convencional, na produção da maioria dos alimentos frescos e processados, nunca são tóxicos durante um mês. 

Começam por ser tóxicos mesmo antes de saírem da fábrica que os produz, para continuarem a ser tóxicos quando aplicados nas plantas, nos solos, sendo que a sua toxicidade permanece em muitos casos, durante anos, contaminando também os aquíferos dos quais dependemos.

E a sua toxicidade permanece nos alimentos, mesmo quando são lavados, a casca removida ou depois de cozinhados.

O dinheiro poupado pelos consumidores na compra de alimentos baratos, provenientes de monoculturas industriais, fortemente dependentes da aplicação regular de pesticidas, é depois gasto nos últimos anos clínicos das suas vidas, a tratar também com químicos tóxicos, produzidos pelas mesmas empresas que fabricam os fitofármacos, cancros e outras patologias graves, que resultam de envenenamento prolongado.

Os serviços gratuitos, fornecidos pelos ecossistemas tornam-se cada vez mais frágeis e a tecnologia, omnipresente e cada vez mais escravizante, é apontada como solução, mas o seu custo é gigantesco e os problemas que cria tantas vezes superam as suas vantagens.

Entretanto o planeta definha, enquanto a sua única esperança, os consumidores conscientes e os agricultores em modo de produção sustentável, procuram com as suas escolhas e novos estilos de vida, impor alternativas...

Mas ainda somos poucos e precisamos da vossa ajuda... Não quero um mundo onde seja forçado a educar uma criança que viva e cresça entre placas de produtos tóxicos, mesmo que o prometam ser por um mês, todos os meses...

Soa a falso e todos sabemos que é falso, embora a maioria procure esquecê-lo...

Se hoje comprar laranjas ou quaisquer outros alimentos, não se limite a olhar para o seu aspecto, origem, variedade ou preço. 

Questione a forma como foram produzidos, tenho a certeza que nunca os compraria se esta placa estivesse ao lado, no supermercado, pois não?!

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