O regresso de África!!!
Estação zootécnica da Humpata
Da Fenda da Tundavala, situada a 18km do Lubango, é possivel desfrutar de uma paisagem magnífica que se estende por dezenas de quilómetros. É nos penhascos da Tundavala que se inicia o planalto central de Angola. Aqui o planalto tem cerca de 1800 metros de altitude e cai abruptamente para 300 metros de altitude, provocando um desnível deslumbrante com fendas colossais na montanha.
Mercado de estrada a caminho do NamibeMiragem no desertoWelwitschia é um género monotípico de plantas verdes cuja única espécie é a famosa Welwitschia mirabilis, que só existe no deserto do Namibe, em Angola, e na Namíbia. É uma planta rasteira, formada por um caule lenhoso que não cresce, uma enorme raiz aprumada e duas folhas apenas, provenientes dos cotilédones da semente; as folhas, em forma de fita larga, continuam a crescer durante toda a vida da planta, uma vez que possuem meristemas basais. Com o tempo, as folhas podem atingir mais de dois metros de comprimento e tornam-se esfarrapadas nas extremidades. É difícil avaliar a idade que estas plantas atingem, mas pensa-se que possam viver mais de 1000 anos.
A Welwitschia mirabilis é uma planta dióica, ou seja, os cones masculinos e femininos surgem em plantas diferentes. Tradicionalmente, esta espécie foi classificada como uma gimnospérmica (juntamente com os pinheiros e plantas semelhantes), mas actualmente é classificada como uma gnetófita, uma divisão das plantas verdes que produzem sementes (espermatófitas).
Apesar do clima em que vive, a Welwitschia consegue absorver a água do orvalho através das folhas. Esta espécie tem ainda uma característica fisiológica em comum com as crassuláceas (as plantas com folhas carnudas ou suculentas, como os cactos): o metabolismo ácido - durante o dia, as folhas mantêm os estomas fechados, para impedir a transpiração, mas à noite eles abrem-se, deixam entrar o dióxido de carbono necessário à fotossíntese e armazenam-no, na forma dos ácidos málico e isocítrico nos vacúolos das suas células; durante o dia, estes ácidos libertam o CO2 e convertem-no em glicose através das reacções conhecidas como ciclo de Calvin.
Esta espécie foi baptizada a partir do nome do Dr. Friedrich Welwitsch, que contribuiu para o conhecimento desta e de muitas outras plantas de Angola.
Devido às suas características únicas, incluindo o seu lento crescimento, a Welwitschia é considerada uma espécie ameaçada.
Planta femininaPlanta masculinaFormas imponentes ao longo do desertoApós uma longa viagem pelo deserto do Namibe, eis o acesso ao oásis do Arco, o local que mais me marcou durante esta viagem. Deslocámo-nos através de uma estrada impecável, que corta a areia dourada do deserto e onde o cume dos montes se molda ao sabor da erosão, dando origem às mais extraordinárias formas. Paisagem de outras galáxias...
Meio de transporte localChefe da aldeiaNa margem direita do rio Curoca, eis que nos deparamos com este singular oásis de indiscritível beleza, que nos faz sentir num outro planeta, pelos constrastes que se nos oferece aos sentidos.De realçar a vegetação aquática que cobre o lago de onde sobressai uma profusão de nenúfares quando chuvas esporádicas alimentam o caudal do rio Curoca que lhes dá força e vida, para além da diversidade de espécies animaisO Arco é uma magnífica formação rochosa natural onde se respira um ambiente de silêncio, paz e calmaria. O deserto aperta o rio que, aqui, consegue espraiar-se e formar um lago de grandes proporções quando as chuvas são mais pródigas. De facto, ninguém fica indiferente ante a beleza que sobressai do azul esverdeado do lagoAs rochas sedimentares mostram o que terá sido esta zona há milhões de anos atrás: um braço de mar, ou lago marinho, que secou progressivamente, em consequência da acção do sol que se abate sobre o deserto, da carência de chuvas, e dos ventos que secularmente as vem fustigando e desgastando. É possível observar inúmeros fósseis por todo o ladoPeixe seco (tilápias)Porto do NamibeHora do banhoNo regresso, e após uma avaria num dos jipes, a oportunidade para tirar belas fotos ao entardecer...Sessão de encerramento, com a presença do Director provincial em exercício e a TPA (televisão angolana)Árvore mítica de África, o embondeiro (Adansonia digitata)Ilha de LuandaAo longo do atlânticoQue monumentos fantásticos...Passagem rápida pelo Parque Nacional da Quiçamba e pela ponte sobre o mítico rio Kwanza, onde observámos curiosos macacos ao longo da estrada
Conclusão: Sinto termos deixado as sementes necessárias ao desenvolvimento de novos métodos de trabalho aos colegas do IMAT. A adesão à iniciativa foi muito boa e a recepção extremamente calorosa. Espero resultados, em breve. E voltar. Adorei África, onde me vi e senti humilde.
4 comentários:
Bem, bem...lindo
Adorei!!!
Realmente as paisagens são magníficas...
Raquel
Obrigado Luis por esta viagem ao baú das minhas memórias. Sim... eu nasci no Lubango. Cada recanto é um local de culto para mim. Aquelas paisagens tem a marca da minha infancia e juventude. O meu pai participu na construção da Barragem das Neves. Eu próprio o acompanhava nas férias escolares. No Namibe trabalhei e deliciei-me na praia... Obrigado!!
Muito interessante, instrutivo, fotos muito bonitas e reais. Obrigado por partilhar.
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