O regresso de África!!!

Parti no dia 06 de Fevereiro numa das maiores aventuras da minha vida: ÁFRICA, continente onde nunca tinha estado, apesar de fazer parte dos meus sonhos de infância.
Destino: Angola, esse fantástico país irmão, onde apesar da devastação provocada pelas sucessivas guerras, restam por todo o lado memórias daquilo que os portugueses melhor fizeram pelo mundo.
Objectivo: Província da Huíla, cidade do Lubango (antiga Sá da Bandeira), onde durante 15 dias fiz parte de uma equipa de trabalho com o objectivo de formar e capacitar os professores do Instituto Médio Agrário do Tchivinguiro, parte do plano de reforma do ensino técnico-profissional a decorrer no país. Assim, dentro de um programa pré-delineado, trocámos experiências teórias e prácticas com os colegas que leccionam nesta instituição. O edifício e a propriedade são muito bonitos, mas encontram-se bastante degradados, a necessitar de urgente plano de investimento e recuperação.
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Deixo em imagens alguns pedaços desta viagem inesquecível.
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Vistas da casa de Luanda, onde pernoitei, antes da partida para o Lubango
Na praia, numa das muitas esplanadas da cidadeBaía de LuandaAeroporto do LubangoA equipa de trabalho, eu e o Pedro GomesAs modestas instalações da unidade hoteleira no LubangoAnimais à solta pelos jardinsBem, este não andava à solta...Hora de jantar, no restaurante Serra da Estrela, pouso repetido todas as noites, sempre reinando a boa disposição. Apesar de termos pedido desde o primeiro dia, nunca serviram mousse de chocolate...Tivemos oportunidade de conhecer e assistir a um espectáculo da sensação angolana do momento, Fridolim Kamolakamwe, o 'poeta que chora'.O imponente edifício da escola, que alberga internato misto para alunos.Um maravilhoso lago na propriedadeO reconhecimento da propriedade pela equipa de trabalho e colegasAté piscina havia noutros tempos!!! Infelizmente muito degradada, como quase tudo o resto...Aulas prácticas de enxertiaColega Ana Maria recolhendo amostrasA simpática sub-directora pedagógica Teresa, que nos acompanhou sempre, alegre e prestávelAula práctica nos jardins do complexo de Nossa Senhora do MonteUma das árvores mais plantadas na cidade, em plena floração Visita a pequeno viveiro localMercado local onde se compra de tudo (boa fruta!!!)


Cristo Rei
Cidade do Lubango


Estação zootécnica da Humpata
Os poucos animais que por lá andavam...Fiquei maravilhado com a diversidade da vegatação espontânea, mas também preocupado, por aparentemente rarear.Queda de água da estação zootécnica da HumpataO guarda da barragem das NevesPopulação local, sempre pronta para uma fotografiaExtraordinária obra de engenharia na Serra da Leba, uma das grandes maravilhas do Planalto da Huíla, de passagem para o deserto do Namibe.Subindo para a Tundavala, onde é captada a água para o fabrico de uma simpática cerveja que muitas vezes me tirou a sede: A célebre N'golaA cor das rochas é muito bonitaLíquens laranja, lindíssimos

Da Fenda da Tundavala, situada a 18km do Lubango, é possivel desfrutar de uma paisagem magnífica que se estende por dezenas de quilómetros. É nos penhascos da Tundavala que se inicia o planalto central de Angola. Aqui o planalto tem cerca de 1800 metros de altitude e cai abruptamente para 300 metros de altitude, provocando um desnível deslumbrante com fendas colossais na montanha.

Mercado de estrada a caminho do NamibeMiragem no deserto

Welwitschia é um género monotípico de plantas verdes cuja única espécie é a famosa Welwitschia mirabilis, que só existe no deserto do Namibe, em Angola, e na Namíbia. É uma planta rasteira, formada por um caule lenhoso que não cresce, uma enorme raiz aprumada e duas folhas apenas, provenientes dos cotilédones da semente; as folhas, em forma de fita larga, continuam a crescer durante toda a vida da planta, uma vez que possuem meristemas basais. Com o tempo, as folhas podem atingir mais de dois metros de comprimento e tornam-se esfarrapadas nas extremidades. É difícil avaliar a idade que estas plantas atingem, mas pensa-se que possam viver mais de 1000 anos.
A Welwitschia mirabilis é uma planta dióica, ou seja, os cones masculinos e femininos surgem em plantas diferentes. Tradicionalmente, esta espécie foi classificada como uma gimnospérmica (juntamente com os pinheiros e plantas semelhantes), mas actualmente é classificada como uma gnetófita, uma divisão das plantas verdes que produzem sementes (espermatófitas).
Apesar do clima em que vive, a Welwitschia consegue absorver a água do orvalho através das folhas. Esta espécie tem ainda uma característica fisiológica em comum com as crassuláceas (as plantas com folhas carnudas ou suculentas, como os cactos): o metabolismo ácido - durante o dia, as folhas mantêm os estomas fechados, para impedir a transpiração, mas à noite eles abrem-se, deixam entrar o dióxido de carbono necessário à fotossíntese e armazenam-no, na forma dos ácidos málico e isocítrico nos vacúolos das suas células; durante o dia, estes ácidos libertam o CO2 e convertem-no em glicose através das reacções conhecidas como ciclo de Calvin.
Esta espécie foi baptizada a partir do nome do Dr. Friedrich Welwitsch, que contribuiu para o conhecimento desta e de muitas outras plantas de Angola.
Devido às suas características únicas, incluindo o seu lento crescimento, a Welwitschia é considerada uma espécie ameaçada.

Planta femininaPlanta masculinaFormas imponentes ao longo do desertoApós uma longa viagem pelo deserto do Namibe, eis o acesso ao oásis do Arco, o local que mais me marcou durante esta viagem. Deslocámo-nos através de uma estrada impecável, que corta a areia dourada do deserto e onde o cume dos montes se molda ao sabor da erosão, dando origem às mais extraordinárias formas. Paisagem de outras galáxias...

Meio de transporte localChefe da aldeiaNa margem direita do rio Curoca, eis que nos deparamos com este singular oásis de indiscritível beleza, que nos faz sentir num outro planeta, pelos constrastes que se nos oferece aos sentidos.De realçar a vegetação aquática que cobre o lago de onde sobressai uma profusão de nenúfares quando chuvas esporádicas alimentam o caudal do rio Curoca que lhes dá força e vida, para além da diversidade de espécies animaisO Arco é uma magnífica formação rochosa natural onde se respira um ambiente de silêncio, paz e calmaria. O deserto aperta o rio que, aqui, consegue espraiar-se e formar um lago de grandes proporções quando as chuvas são mais pródigas. De facto, ninguém fica indiferente ante a beleza que sobressai do azul esverdeado do lagoAs rochas sedimentares mostram o que terá sido esta zona há milhões de anos atrás: um braço de mar, ou lago marinho, que secou progressivamente, em consequência da acção do sol que se abate sobre o deserto, da carência de chuvas, e dos ventos que secularmente as vem fustigando e desgastando. É possível observar inúmeros fósseis por todo o ladoPeixe seco (tilápias)Porto do NamibeHora do banhoNo regresso, e após uma avaria num dos jipes, a oportunidade para tirar belas fotos ao entardecer...Sessão de encerramento, com a presença do Director provincial em exercício e a TPA (televisão angolana)Árvore mítica de África, o embondeiro (Adansonia digitata)Ilha de LuandaAo longo do atlânticoQue monumentos fantásticos...Passagem rápida pelo Parque Nacional da Quiçamba e pela ponte sobre o mítico rio Kwanza, onde observámos curiosos macacos ao longo da estrada

Conclusão: Sinto termos deixado as sementes necessárias ao desenvolvimento de novos métodos de trabalho aos colegas do IMAT. A adesão à iniciativa foi muito boa e a recepção extremamente calorosa. Espero resultados, em breve. E voltar. Adorei África, onde me vi e senti humilde.

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4 comentários:

Anónimo disse...

Bem, bem...lindo

Anónimo disse...

Adorei!!!
Realmente as paisagens são magníficas...

Raquel

Anónimo disse...

Obrigado Luis por esta viagem ao baú das minhas memórias. Sim... eu nasci no Lubango. Cada recanto é um local de culto para mim. Aquelas paisagens tem a marca da minha infancia e juventude. O meu pai participu na construção da Barragem das Neves. Eu próprio o acompanhava nas férias escolares. No Namibe trabalhei e deliciei-me na praia... Obrigado!!

GM disse...

Muito interessante, instrutivo, fotos muito bonitas e reais. Obrigado por partilhar.