Camarinha
Camarinha ou camarinheira (Corema album ou Corema album ssp. azoricum) é uma planta da família das Ericáceas, embora nalguns manuais mais antigos apareça associada à família das Empetráceas. As flores surgem de Março a Junho, masculinas e femininas em plantas separadas, mas são tão pequenas que passam quase despercebidas, sendo a sua polinização assegurada pelo vento. A ramagem liberta uma intensa e espectacular fragância a mel (dos Deuses). Os frutos surgem em pleno Agosto e Setembro, pequenas drupas brancas, semelhantes a pérolas, comestíveis, constituindo um apetitoso festim para animais silvestres e humanos atentos. Noutros tempos eram vendidos por mulheres, em diversas zonas balneares do país, em cartuchos de papel, como testemunha o meu pai.
É um endemismo ibérico, sendo frequente em sistemas dunares ou matas baixas dos pinheirais, ocorrendo desde Cádiz ao Algarve e ao longo de toda a costa portuguesa, até à Galiza, onde a pude observar no paraíso botânico que são as ilhas de Ons e Cíes. Ocorre também nos Açores, nas ilhas de São Miguel, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial.
Trata-se de uma espécie em perigo, com um enorme potencial enquanto planta ornamental. Já a propaguei em tempos, por estacaria, desenvolveu-se bem, mas depois acabou por morrer, talvez pelo excesso de rega. Nunca mais ousei, por respeito, mas tentarei assim que puder. Infelizmente encontra-se muito pouco estudada e são escassas as referências a esta planta, sendo no entanto citada por alguns autores como remineralizante, antihelmíntica leve e febrífuga, além de comestível.
Inspirou uma Associação de defesa do património em Caminha, COREMA, que se dedica, entre outras coisas, a preservar esta espécie e os habitats associados.
Mais uma vez, recorri ao baú de memórias e recuperei umas fotos tiradas em plena Costa Vicentina, há já alguns anos. Haaa, as boas memórias que esta planta me traz...
CamarinhalCamarinha macho
Camarinha fêmea
8 comentários:
Descobri esta planta este ano. Foi a minha irmã, acérrima defensora de tudo o que brota da terra,que ma mostrou e deu a provar. Adorei, sabe a algo exótico e fresco.
É maravilhosa...vamos protegê-la e deixar a quem de direito,os bichos,papá-la.
Também descobri a planta este ano, fiz uma fantástica geleia dos seus frutos ricas em pectina. Abunda no pinhal de Leiria perto das praias nos lugares onde o habitat ainda no é disturbado por construção ou acácia longifolia........ Diria que tem um grande potencial como planta de cultivo dado que o fruto e o
sumo são um perfeito blend de aromas entre mirtilos, groselhas (vermelhas e pretas) com acidez agradável de cranberries e um toque de perfume de marmelo.
Geleia (tem sementes um pouco duras), sumo, licor, vinagre, vinho etc.......seriam usos bons......anteriormente era usado na alimentação do gado na zona de Marinha Grande e Vieira e o Rei D.Dinis mando vir vinagre de camarinha a Lisboa.......
Esta planta faz-me lembrar a minha meninice.. quando em Peniche iamos a caminho da praia e as minhas primas iam comendo (pessoalmente não gosto). Ontem num dia passado na Costa Vicentina, lá estavam elas, as Camarinhas mesmo à beira do caminho... a minha mãe e a sua amiga (que são de Peniche) lá me disseram para parar o carro e lá foram elas apanhar umas quantas para comerem.
Só não sabia que dava para fazer geleia e doce...
a mim também me traz essas recordações,tambem sou de Peniche e era lá que as apanhava no caminho para a nau dos corvos.
RUI FRIAS - Quando era garoto, comprava pequenas medidas de Camarinhas a mulheres que vendiam á porta do Mercado da Figueira da Foz. Era delicioso, comer com a mão cheia...! Mais tarde, já em adulto, encontrei, por acaso, nos areais de S. Jacinto, em Aveiro, num mês de Agosto.
Desde sempre que conheço este fruto em criança na costa Vicentina, em Almograve precisamente, com meus primos, comíamos muitas era até não poder mais, depois foram meus filhos e agora são meus netos que vão as camarinhas mas eu ainda vou as camarinhas Adoro
Desde sempre que conheço este fruto em criança na costa Vicentina, em Almograve precisamente, com meus primos, comíamos muitas era até não poder mais, depois foram meus filhos e agora são meus netos que vão as camarinhas mas eu ainda vou as camarinhas Adoro
Ontem apanhei um baldinho, para fazer geleia
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