Pequenos frutos

Framboesas (Rubus sp.) – Embora ocupem mais espaço do que qualquer outro pequeno fruto, são deliciosas e conservam-se bem no frio, permitindo desfrutar meses após a colheita. Existem variedades não-remontantes e variedades remontantes. As primeiras tem grandes necessidades de frio e frutificam nos ramos do ano anterior. Estão bem adaptadas ao centro norte do país. No sul algumas tecnologias de produção envolvem retirar as plantas da terra, colocá-las em frigorificos, a cerca de 4º C, durante mais de 70 dias!!! É um método dispendioso, mas permite a colocação das plantas em estufa em Dezembro/Janeiro, tornando possível o início da colheita 3-4 meses depois. As remontantes tem baixas necessidades de frio, permitindo o cultivo em qualquer região do país. Frutificam nos lançamentos do ano, sendo que a produção ocorre de Junho-Julho até Setembro, ou de acordo com a tecnologia de produção adaptada (podas).


Amoras (Rubus sp.) – Cultivo semelhante ao das framboesas não-remontantes, frutificam em ramos laterais que se formam no ano anterior. Os frutos maduros apresentam maior dificuldade de conservação. Convém referir que existem amoras de silva (Rubus fruticosus), amoras de amoreira-branca (Morus alba) e amoras de amoreira-preta (Morus nigra), as duas últimas árvores de médio e grande porte, respectivamente.


Mirtilos (Vaccinium sp.) – A espécie espontânea em Portugal Continental (Vaccinium myrtillus) é um arbusto pequeno, apresentando baixa produtividade. Nos Açores surge o Vaccinium cylindraceum, um endemismo de maior porte. As variedades que surgem no mercado estão melhoradas, com material genético de espécies da América do Norte, podendo atingir 5 metros de altura! Gostam de solos arenosos e ácidos (pH 4,5-5,5), apresentando diferentes necessidades de frio, de acordo com as variedades. Se o solo lá de casa for alcalino, podem ser cultivados em vasos com substrato para ericáceas. Iniciam a produção a partir do 4º ano, podendo produzir 600kg/ha. A partir do 8-9º ano a produção pode atingir 6 ton/ha e ao 12-14º ano 8-12 ton/ha!!! Para além das bagas saborosas, as plantas ficam com uma cor espectacular no Outono.


Groselhas (Ribes sp.) – Exigentes em frio, são adequadas ao cultivo no centro e norte do país. Necessitam de podas de formação nos primeiros anos de cultivo, frutificando a partir do 2º ano de plantação até períodos superiores a 15 anos, são uma excelente escolha para quem está a começar. Distinguem-se a groselheira-negra (Ribes nigrum), groselheira-vermelha (Ribes rubrum) e groselheira uva-espim (Ribes uva-crispa).

Groselheira-vermelha (Ribes rubrum)


Groselheira-negra (Ribes nigrum)



Groselheira uva-espim (Ribes uva-crispa)


Cultivos de groselheiras protegidos com redes anti-pássaros


Groselheiras em vasos

Tomate-capuchinho (Physalis peruviana) – Com um enorme e abundante período de produção, é talvez o mais fácil de todos os pequenos frutos, adequando-se mesmo ao cultivo em pequenas varandas ou jardins de menor dimensão. Envolve podas de formação e protecção contra o frio intenso, ao qual é sensível.

Morangueiro (Fragaria sp.) – O mais conhecido dos pequenos frutos cultivados em Portugal. Dentro das inúmeras variedades, podemos distinguir os remontantes (crescem continuamente entre Junho e Outubro) e os não-remontantes (produzem morangos apenas uma vez por ano entre Abril e Junho). Os primeiros devem ser plantados na Primavera e os segundos no final do Verão, preferencialmente em Agosto/Setembro. Apesar da sua parte aérea definhar no Outono, sobrevivem aos meses mais frios do Inverno, para voltarem a florescer mal chegue a Primavera. Convém transplantar e dividir as plantasde tempos a tempos, para manter a sua produtividade regular.

Morangueiros cultivados em mulch de palha

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