Da moda à agricultura

Vi com alguma admiração nas notícias que um grupo dos melhores jovens estilistas de todo o mundo efectuaram um périplo pelas fábricas portuguesas de tecidos no Norte do país. Fantástico. Mais surpreendente ainda quando perceberam a dimensão destas empresas, a qualidade excepcional dos produtos, o que motivou em todos uma vontade forte de trabalhar com estas indústrias.

Mas o que mais me sensibilizou na reportagem foi o facto de todos reconhecerem as excelentes condições de trabalho dos colaboradores, algo que não abunda noutros países, neste sector. O que torna a concorrência absolutamente desleal.

Altamente motivante verificar ser um sector da própria indústria, aquele que produz o produto final, a exigir boas condições de trabalho como um factor fundamental na escolha das matérias-primas a utilizar. Porque eles próprios, as pessoas que pensam, desenham e fabricam roupa, são consumidores de moda.

E quando passar a ser assim em agricultura? E quando todos nós exigirmos finalmente conhecer quem está por detrás da produção daquilo que comemos e das condições de trabalho de todas as pessoas envolvidas no processo de produção e distribuição dos alimentos?! E exigirmos saber COMO são produzidos de facto os alimentos? E de que forma financiamos todos um circuito de distribuição dos alimentos que, a longo prazo, será absolutamente ruinoso para o Planeta?!

Será a próxima revolução. Estou certo que para breve, tendo em conta que mais do que qualquer outra coisa, precisamos de comer bem e respirar melhor, no pequeno circulo em que nos movemos, todos os dias.

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