Sexteto de perpétuas

As primeiras foram as roxas. Alguns anos depois chegaram as brancas e rosas, ao mesmo tempo.

Logo a seguir vieram as vermelhas. Foram recebidas com a pompa e circunstância habituais, quando recebemos uma nova espécie na enorme família botânica que escolhemos, como se escolhem os amigos.

Em 2019, sentimo-nos como se sentem os pentacampeões, quando as laranjas finalmente abriram flor pela primeira vez. Nesse ano, fomos duplamente agraciados.

Oito anos depois de juntarmos em palco cinco coloridas personalidades, originárias da América-do-sul, em digressão por diferentes parcelas de cultivo do nosso Cantinho das Aromáticas, eis que elas decidem brindar-nos com uma nova cor, a sexta a juntar-se à família.

2019 foi um ano de intensa actividade sexual entre as perpétuas, hermafroditas, sempre dispostas a convidar uma borboleta ou abelha para o camalhão.

Só com a ajuda destes insectos polinizadores conseguem atingir o êxtase. Não sabemos quem são os pais, mas desconfiamos, porque a nova cor é mais parecida com umas do que com outras.

Em 2020 o palco que elegemos para embelezar GAIA, na margem sul do rio Douro, contará pela primeira vez com um sexteto de perpétuas, que brilharão em uníssono, uns dias sob radiosos raios de sol, outros ao som de pingos de chuva.

Os acordes serão aos milhares, dedilhados pelas mãos de todos nós. Haverá quem cante com a sua ajuda e se encante só de as olhar.

Só não sabemos que nome dar a esta nova cor. Precisamos da vossa ajuda. Que cor será esta, que em 2020 fará mais uma linha para bingo nos nossos campos?!



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