Infâmia olfativa

Algures entre Setembro e Outubro, ao passear pelas ruas, parques e jardins de Portugal, se sentir um estranho e nauseabundo cheiro a peúgas que ficaram por lavar desde os anos 80, mantenha a calma.
 
Olhe à sua volta e procure as folhas características da planta mais antiga à face da Terra. O Gingko biloba é fácil de identificar, quer pela sua copa, quer pela forma peculiar das folhas.
 
Se encontrar um Gingko, aproxime-se e procure debaixo da sua copa pelos frutos caídos. Se os encontrar, está resolvida a origem do terrível cheiro que paira no ar.
 
Está perante um magnífico exemplar de Gingko biloba fêmea! Os frutos maduros são os responsáveis pela infâmia olfativa!
 
Os Gingkos são árvores extraordinárias para utilização em arruamentos, no entanto só os exemplares macho se deveriam plantar.
 
A única forma de evitar semanas de aromas que podem suscitar vómitos seria propagar os machos por estacaria, e utilizar apenas estes nestas situações.
 
Se a propagação se realizar por sementeira não há como garantir se serão machos ou fêmeas. Por estes dias passar na rua da Fábrica, na baixa do Porto, é incrivelmente divertido!
 
Nem as máscaras evitam a absoluta surpresa nos rostos de quem por ali sente o seu nariz ser posto à prova!
 
Seguem-se momentos de horror e circulação aleatória, na tentativa de desvio de algo que não se vê mas que incomoda muito!
 
Quem diria que é uma forma engenhosa que esta espécie desenvolveu para garantir que alguns animais, atraídos pelo cheiro, possam ajudar a dispersar as suas sementes!
 



 

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