Plátanos

É uma das árvores mais comuns nos jardins de toda a Europa. O tronco malhado torna-a também uma das mais fáceis de identificar.
 
O que poucos percebem é que, conjugadas as condições ideais de temperatura e humidade, as suas folhas e frutos libertam um maravilhoso aroma, sobretudo nos dias de Outono.
 
Raramente quem tem o privilégio de sentir este perfume doce e complexo o associa à árvore, talvez porque não o consiga conceber, num contexto de total ausência de floração.
 
“Cheira tão bem, de onde virá este aroma dos Deuses?!” é a dúvida que paira, nos balões de pensamento de quem inala.
 
O mais incrível é que, variando as condições ideais de temperatura e humidade, pode também sentir-se no ar o aroma a espirro ou halitose, próximo destas árvores.
 
Num extremo do jardim podemos sentir um aroma extraordinário e no outro, que estamos envolvidos numa nuvem de um gigantesco espirro, libertado por alguém com mais de 1 m3 de caixa pulmonar.
 
Foi o que sentimos, ao passear no meu jardim favorito da cidade do Porto, no Passeio Alegre, onde na minha remota infância comecei a amar a natureza.
 
Essência dos Deuses a nascente, volumoso espirro a oriente, calcorreando apenas alguns metros.
 
Os plátanos (Platanus sp.) ou vacas da floresta, como os meus filhos gostam de lhes chamar, são muito mais do que parecem, principalmente para os narizes mais atentos.
 
Se quiser comprovar, pode recolher algumas folhas ou frutos (antes de formarem as sementes) do chão.
 
Vai conseguir sentir uma pequenina parte do incrível aroma que, havendo magia no ar, poderá pairar num dia de Outono, num jardim próximo de si.
 

 

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