Nuvem de pó - sinal de esperança
Nos últimos dias o país foi tomado por uma imensa nuvem de pó, que viajou do deserto do Saara, no norte de África, e cobriu vastas áreas da Península Ibérica. Um incómodo para a maioria de nós, uma bênção para ecossistemas terrestres e marinhos.
O que é hoje um dos maiores desertos do planeta, foi durante milhares de anos um lago que entretanto secou, expondo areias ricas em nutrientes, sobretudo ferro e fósforo, fundamentais no desenvolvimento das plantas e plâncton.
O que é hoje um dos maiores desertos do planeta, foi durante milhares de anos um lago que entretanto secou, expondo areias ricas em nutrientes, sobretudo ferro e fósforo, fundamentais no desenvolvimento das plantas e plâncton.
Dezenas de milhões de toneladas de pó viajam todos os anos do Saara para diferentes regiões, criando nuvens por vezes espessas e até chuva de lama.
Estas nuvens de pó servem de “combustível” para a floresta amazónica, atravessando regularmente o oceano Atlântico, carregadas de fósforo essencial à enorme biodiversidade, já que nos solos tropicais todo o que existe é facilmente lixiviado pela chuva frequente.
Cada vez mais cientistas afirmam que sem o seu fluxo regular, não seria possível tamanha biodiversidade.
Vivemos num paraíso absolutamente extraordinário.
Para podermos sobreviver como espécie, é urgente formar o nosso legado, para que consigamos compreender e respeitar o mundo que nos rodeia.
O pó que viaja de um extinto lago do norte de África, hoje um lugar inóspito, vai fertilizar solos e oceanos em vários lugares do mundo.
Estamos demasiado distraídos para perceber que a incómoda nuvem de pó é afinal um enorme sinal de esperança.
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