Alfenheiros

Os alfenheiros são arbustos muito utilizados para constituir sebes, por serem sempre-verdes, muito resistentes e suportarem bem a topiária.
 
Também conhecidos como ligustro, alfena ou alfeneiro, no nosso país surge espontaneamente a espécie Ligustrum vulgare, em certas regiões de Trás-os-Montes, em orlas de galerias arbustivas de ribeiras, clareiras de bosques e fugidos de jardins.
 
Para além desta, outras espécies introduzidas podem ser encontradas em quase todos os jardins, tais como o L. sinense, L. lucidum. ou L. ovalifolium.
 
O nome da cidade de Alfena terá origem neste arbusto, cujas bagas foram utilizadas durante séculos para tingir ou embelezar.
 
Em sua honra, a cidade incluiu-o no brasão autárquico e fez a sua plantação em vários locais públicos.
São várias as aplicações que podem ter, para além das suas virtudes ornamentais.
 
Reduzidas a um pó fino, as suas folhas constituem a alfena, uma substância utilizada como corante. Dos seus ramos podem fazer-se cestos, por serem muito flexíveis.
 
As folhas são utilizadas pelas suas propriedades adstringentes e na prisão de ventre. Dos frutos obtinha-se um corante negro-avermelhado, outrora utilizado para dar mais cor aos vinhos, tal como se usavam também os do sabugueiro.
 
O que os torna fundamentais para mim é o cheiro forte e muito agradável que a maioria das espécies libertam, quando em floração.
 
Tal como o cheiro a manjerico me transporta para o calor das brasas de uma sardinhada no São João, o aroma das flores de alfenheiro leva-me para o Porto da minha infância, que nos meses de Abril e Maio se inundava com o seu perfume.
 
Que ainda se sente, por vezes esfuziante, ali para os lados de Cedofeita e seus recantos ajardinados, Palácio de Cristal, Serralves e outros lugares sagrados da Invicta.
 

 

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