As Maias

Mais um vídeo da Praça, alusivo às Maias e ao costume popular de colocar as flores das maias ou giesteira-das-vassouras (Cytisus scoparius) à porta das casas de 30 de Abril para 01 de Maio.
Esta planta pertence a uma das mais importantes famílias de plantas para a humanidade: as leguminosas, como o feijão, favas, ervilhas, tremoço, grão-de-bico, lentilhas, chícharo e muitas outras.
A origem da tradição das Maias perde-se no tempo e pode ter várias explicações. Segundo alguns, a Maia era uma boneca de palha de centeio, em torno do qual havia danças toda a noite do primeiro dia de Maio. Por vezes, podia ser também uma menina de vestido branco coroada com flores, sentada num trono florido e venerada, todo o dia, com danças e cantares.
Seja como for, todos estes rituais pagãos estavam ligados ao rito da fertilidade para com o novo ciclo da natureza, à celebração da Primavera ou ao início de um novo ano agrícola. Mais tarde, houve necessidade de lhe incutir algum sentido religioso, promovendo a sua ligação à Festa da Santa Cruz ou ao Corpo de Deus. Esse facto pode justificar a lenda do Alto Minho, segundo a qual Herodes soube que a Sagrada Família, na sua fuga para o Egipto, pernoitaria numa certa aldeia. Para garantir que conseguiria eliminar o Menino Jesus, Herodes dispunha-se a mandar matar todas as crianças.
Perante a possibilidade de um tão significativo morticínio, foi informado, por um outro "Judas", que tal poderia ser evitado, bastando para isso, que ele próprio colocasse um ramo de giesta florida na casa onde se encontrava a Sagrada Família, constituindo um sinal para que os soldados a procurassem e consumassem o crime... A proposta do "Judas" foi aceite e Herodes tratou de mandar os seus soldados à procura da tal casa. Qual não foi o espanto dos soldados quando, na manhã seguinte, encontraram todas as casas da aldeia com ramos de giesta florida à porta, gorando-se assim a possibilidade do Menino Jesus ser morto.

PROVÉRBIOS

A melhor cepa, Maio a deita.
A velha, em Maio, come castanhas ao borralho.
Em Maio, a chuvinha de Ascensão dá palhinhas e dá pão.
Em Maio, a quem não tem, basta-lhe o saio.
Em Maio, até a unha do gado faz estrume.
Em Maio ainda os bois estão oito dias ao ramalho.
Em Maio de calor, a todo o ano dá valor.
Em Maio deixa a mosca o boi e toma o asno.
Em Maio espetam-se as rocas e sacham-se as hortas.
Em Maio, nem à porta de casa saio.
Mês de Maio, mês de flores, mês de Maria, mês dos amores.
Em Maio, passarinho em raio.
Em Maio verás a água com que regarás.
Maio chuvoso, ano formoso.
Maio claro e ventoso, faz ano rendoso.
Maio hortelão, muita palha e pouco grão.
Maio jardineiro, enche o celeiro.
Maio o deu, Maio o leva.
Maio pequenino, de flores enfeitadinho.
Quando em Maio arrulha a perdiz, ano feliz.
Quem em Maio relva não tem pão nem erva.

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CONVERSATION

1 comentários:

MJ disse...

Quero acreditar no "Maio chuvoso, ano formoso" :)
Gostei de ler sobre as Maias, em miúda sempre ouvi dizer que se punha as maias à entrada, nas portas, para as bruxas não entrarem, ou para afastar as bruxas :)