Porque ardem as florestas portuguesas?

Este será o início de Verão mais triste que consigo recordar... Hoje o meu coração está com as famílias das vítimas desta tragédia dantesca... Partilho este post com uma sensação de impotência tremenda, face ao cenário esquizofrénico anual e repetitivo dos incêndios.

Penso que muitos partilharão comigo a sensação de vazio emocional, moral, ético e económico, quando deambulando pelos caminhos de Portugal se deparam com o cenário dos fogos e tem que o explicar aos nossos filhos, a quem esperamos deixar este país em legado, que por eles nos foi emprestado...

O nosso território arde mais do que qualquer outro na Europa e este cenário repete-se todos os anos, sem nunca conseguirmos dar uma resposta corajosa.

Existe uma total ausência de responsabilidade colectiva sobre a questão da gestão do território, que se prolonga há décadas.

Assistimos, como povo, de forma impávida e serena, cedendo aos estímulos do dinheiro fácil para plantar espécies invasoras em imensos territórios, cada vez mais esvaziados de pessoas e oportunidades.

Entretanto as alterações climáticas, o empobrecimento dos solos, a ausência de linhas de água, rapidamente transformarão este cenário numa doença crónica colectiva, sem cura ao alcance seja de quem for...

Reordenar a floresta para evitar estas tragédias é algo que temos que começar a fazer JÁ, HOJE.

Deixo parte da entrevista sobre porque ardem as florestas portuguesas, no Jornal 2 da RTP, em Agosto de 2015, em que eu e o Manuel Costa Alves demos um contributo para que se perceba um pouco melhor a questão dos fogos...

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