Quem quer com ficar mais culto com o agricultor?!
Quem quer com ficar mais culto com o agricultor?!
"𝑺𝒆 𝒂
𝒈𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒄𝒐𝒏𝒗𝒆𝒓𝒔𝒂𝒓 𝒂 𝒇𝒖𝒏𝒅𝒐 𝒎𝒆𝒔𝒎𝒐 𝒄𝒐𝒎 𝒐
𝒋𝒂𝒓𝒅𝒊𝒏𝒆𝒊𝒓𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒆𝒔𝒕á 𝒍á 𝒂𝒓𝒓𝒖𝒎𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒏𝒐𝒔𝒔𝒐
𝒋𝒂𝒓𝒅𝒊𝒎, 𝒂 𝒈𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒂𝒑𝒓𝒆𝒏𝒅𝒆 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒅𝒐 𝒒𝒖𝒆
𝒍𝒆𝒏𝒅𝒐 𝑶 𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒂𝒍 (𝒅𝒆 𝑲𝒂𝒓𝒍 𝑴𝒂𝒓𝒙)."
Frase
icónica de Elis Regina, um dos maiores vultos da cultura brasileira,
partilhada numa curta entrevista em que fala sobre o rumo das relações
humanas, pouco tempo antes de morrer.
A quantidade de vezes que ouvi frases idênticas ao longo da vida é impressionante.
Tal como muitos dos meus colegas de profissão, que generosamente partilharam ao longo das suas vidas profissionais conhecimento académico/científico adquirido por formação superior, investimento pessoal, experimentação e erro, conhecimento profundo dos agrosistemas que gerem, sempre com o factor aleatório como um parceiro imprevisível.
Conhecimento esse longe de ser valorizado por quem o solicita, como é o de muitas outras classes profissionais.
A falta de reconhecimento da nossa classe profissional começa logo pela definição redutora do significado da palavra agricultor, impresso na sociedade portuguesa e um pouco por todo o mundo.
Se procurarem em alguns dicionários, agricultor é por definição, o que cultiva o campo, o lavrador.
Isto é ridículo! Esta definição é, aos dias de hoje, a de um operário agrícola, aquele que executa tarefas inerentes à sua profissão, não se adequa a quem gere e assume a responsabilidade pela "fábrica vegetal", que são as parcelas ou estruturas que cultiva.
A definição de agricultor dos dias de hoje é muito mais abrangente.
Agricultor é o profissional que exerce a actividade agrícola, gere directa ou indirectamente os meios de produção, não está subordinado no exercício da sua actividade e exerce funções de direcção. Gera volume de negócios regular e habitualmente tem formação académica ou experiência profissional suficiente.
Para finalizar, peço a todos que sejam bem educados com o agricultor...
Dizer coisas como: "mas não tens mãos e calos de agricultor" ou "não tens o mesmo bronze de extremidades de um agricultor" só demonstra falta de respeito, preconceito e um certo paternalismo de quem vocifera tamanhas atrocidades...
Representa o mesmo que dizer a um advogado ou a um político: "mas não tens cara de mentiroso...", a um cientista: "mas não tens óculos com lentes de fundo de garrafa" ou a um médico: "mas até és sexy e atraente"...
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