PORQUE É QUE AS JOANINHAS SE CHAMAM JOANINHAS?!

Os nomes que ao longo de séculos fomos atribuindo ao que nos rodeia dependem de diferentes mecanismos existentes na língua para criar designações, que tem em conta não só aspetos materiais – como o aspeto físico do conceito nomeado – mas também todo tipo de crenças relacionadas com o objeto, animal ou planta a que se quer dar nome.

No caso da joaninha recorreu-se à antroponímia, isto é, associou-se ao inseto um nome de pessoa, um mecanismo muito frequente para designar nomes de animais. Obedece tal procedimento a duas intenções básicas:

Por um lado é, de certo modo, uma autoprojeção do mundo humano na realidade animal. Por outro, empregue com animais que o homem aprecia ou respeita especialmente, é um sistema para ligá-lo ao mundo religioso e sobrenatural, adjudicando-lhe nomes de santos, por exemplo.

Os insetos da família dos Coccinelídeos sempre foram valorizados por povos do mundo inteiro. Existem centenas de espécies distintas.

A Coccinella septempunctata é a espécie de joaninha mais conhecida e divulgada, até nos contos infantis. O seu epíteto específico, cunhado por Lineu, significa: ‘com sete pontos’.

Segundo a tradição cristã europeia, esta será uma ligação do inseto com Maria, mãe de Jesus, pois os sete sinais simbolizam as sete dores de Nossa Senhora.

Maria surge nos nomes comuns do inseto em várias línguas. Em inglês, é ‘ladybug’, que vem de ‘Lady’s bug’, ou seja, o ‘inseto da Senhora’, que neste caso é Nossa Senhora.

Em alemão é conhecida como ‘Marienkäfer’, que significa ‘besouro de Maria’. Em espanhol, é ‘mariquita’, traduzido como ‘Mariazinha’. Em sueco, é a ‘Jungfru Marias Nyckelpiga’, ou ‘serva da Virgem Maria’.

Em Portugal ainda é conhecida em algumas regiões como bicho de Nossa Senhora. Em certas localidades portuguesas, no entanto, o santo de maior devoção era outro. Na ilha da Madeira, era conhecida como bicho de São João, de onde terá surgido, graças à antroponímia, a designação ‘joaninha’.

No Cantinho das Aromáticas, a joaninha sempre foi o nosso inseticida favorito, criamos condições para que a sua população prosperasse, e fomos muito bem-sucedidos!

É um inseticida de contacto. Não tem intervalo de segurança nem efeitos secundários na saúde.

Não tem patente nem propriedade intelectual, qualquer um o pode utilizar, desde que conheça minimamente o seu ciclo de vida e necessidades específicas.

Não provoca cancros e a sua presença nas plantas é considerada um indicador de saúde dos ecossistemas.

Tenho a certeza que todos gostariam de consumir alimentos tratados com este inseticida, certo?!
 

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