Cocktail de pesticidas - caso da batateira
O glifosato é a substância activa do herbicida sistémico mais
utilizado do planeta. Sob diversas marcas comerciais, ele surge no
mercado, quer para uso profissional, quer para uso amador.
Discute-se agora (finalmente) o seu potencial cancerígeno e a situação
torna-se alarmante quando percebemos que as autoridades portuguesas nada
fizeram nos últimos anos para analisar os alimentos comercializados
todos os dias, à procura deste e de outros pesticidas.
A família dos pesticidas é
gigante. Dividem-se em fungicidas, insecticidas, herbicidas,
acaricidas, bactericidas, nematicidas, rodenticidas e moluscicidas, de
acordo com os problemas que se pretende controlar.
Depois temos ainda os reguladores de crescimento (ex.anti-abrolhante da batateira) e os adubos de síntese.
É frequente em agricultura convencional que um só produto agrícola seja produzido com um cocktail de todos estes pesticidas e reguladores de crescimento.
Com a agravante de que ninguém, absolutamente ninguém consegue garantir que a dose utilizada pelos agricultores foi a recomendada (pela própria indústria!!!) ou os intervalos de segurança (também estes recomendados pela própria indústria!!!) foram cumpridos.
Dou o exemplo da cultura da batateira, que é espantoso.
O solo é preparado e normalmente fertilizado com adubos de síntese, tantas vezes fortemente azotados (posteriormente lixiviados como nitratos nos aquíferos). A batateira é plantada.
Segue-se uma impressionante sequência de aplicação de pesticidas:
herbicida de pré-emergência;
herbicida de pós-emergência;
fungicida (pode ser aplicado diversas vezes);
insecticida (pode ser aplicado diversas vezes);
Faz-se a colheita... mas os pesticidas ainda não acabaram...
Falta ainda aplicar:
Regulador de crescimento (para evitar o abrolhamento);
Insecticida (para evitar a traça no armazenamento).
No final, cada tubérculo poderá conter potencialmente um verdadeiro cocktail de veneno, de morte...
Anuncia-se lenta, silenciosa e invisível, devidamente embalada dentro de um alimento que todos reconhecemos e no qual aprendemos a confiar. E por isso raramente a questionamos, como sociedade, porque não se revela de imediato, nem em humanos, nem nos ecossistemas dos quais dependemos.
Está na altura de dizer chega a esta morte lenta.
Devemos exigir o conhecimento da realidade da produção industrial em agricultura, para rapidamente construirmos em conjunto uma forma sustentável de produzir alimentos para todos.
É frequente em agricultura convencional que um só produto agrícola seja produzido com um cocktail de todos estes pesticidas e reguladores de crescimento.
Com a agravante de que ninguém, absolutamente ninguém consegue garantir que a dose utilizada pelos agricultores foi a recomendada (pela própria indústria!!!) ou os intervalos de segurança (também estes recomendados pela própria indústria!!!) foram cumpridos.
Dou o exemplo da cultura da batateira, que é espantoso.
O solo é preparado e normalmente fertilizado com adubos de síntese, tantas vezes fortemente azotados (posteriormente lixiviados como nitratos nos aquíferos). A batateira é plantada.
Segue-se uma impressionante sequência de aplicação de pesticidas:
herbicida de pré-emergência;
herbicida de pós-emergência;
fungicida (pode ser aplicado diversas vezes);
insecticida (pode ser aplicado diversas vezes);
Faz-se a colheita... mas os pesticidas ainda não acabaram...
Falta ainda aplicar:
Regulador de crescimento (para evitar o abrolhamento);
Insecticida (para evitar a traça no armazenamento).
No final, cada tubérculo poderá conter potencialmente um verdadeiro cocktail de veneno, de morte...
Anuncia-se lenta, silenciosa e invisível, devidamente embalada dentro de um alimento que todos reconhecemos e no qual aprendemos a confiar. E por isso raramente a questionamos, como sociedade, porque não se revela de imediato, nem em humanos, nem nos ecossistemas dos quais dependemos.
Está na altura de dizer chega a esta morte lenta.
Devemos exigir o conhecimento da realidade da produção industrial em agricultura, para rapidamente construirmos em conjunto uma forma sustentável de produzir alimentos para todos.
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