Plantas de Portugal - Azevinho
De tempos a tempos, na Praça, falarei das plantas do nosso país com potencial para serem utilizadas nos jardins enquanto ornamentais. Coube ao azevinho (Ilex aquifolium), também conhecido como xardo, zebro, visqueiro ou pica-folha, ser a primeira, pela importância e pelo carinho que esta planta goza entre nós.
De porte arbustivo ou arbóreo, pode alcançar 8-10 metros, sendo que normalmente o seu desenvolvimento é lento, preferindo ambientes de meia-sombra, fundamentais para um maior ritmo de crescimento, e solos frescos e ácidos. Os exemplares espontâneos ou aqueles que não sofreram intervenção humana, são plantas dióicas (com exemplares de flores femininas e masculinas em plantas distintas), só nos exemplares femininos se desenvolvem os desejados frutos vermelhos que lhe dão tanto encanto.
Convém referir no entanto que existe uma multiplicidade de variedades e híbridos disponíveis no mercado, com formas e cores de folhas absolutamente diversos (variegados, com muitos espinhos, sem espinhos, etc), que apresentam em muitos casos plantas monóicas e por isso, autoférteis, graças a enxertias de borbulha, por exemplo.
São muito resistentes à poluição, mas algo sensíveis a pragas, como as cochonilhas ou doenças, como a fumagina, relativamente fáceis de tratar.
Toleram bem a poda regular, que pode até servir para estimular o seu desenvolvimento. Apesar de ser uma espécie protegida (Decreto-Lei nº 423/89 de 4 Dezembro) há cerca de 20 anos, ainda se continua a apanhar ilegalmente na natureza, o que tem contribuído, juntamente com outros factores, para que esta seja mais uma planta em vias de extinção em Portugal. A venda de ramos e plantas envasadas é legal, e uma boa forma de contribuir para a sua conservação. Vamos todos cultivar um azevinho?
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