Curriculum Vitae 2025

 Luís Alves tem 52 anos, é do Porto. Engenheiro Agrónomo com formação regulamentada em modo de produção biológico. Consultor de empresas. Especializado em plantas aromáticas, medicinais, condimentares e etnobotânica. Especializado em agroecologia e restauro ecológico. 
 
Membro Efetivo da Ordem dos Engenheiros. Licenciado em Engenharia Agronómica pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Encarregado geral do Parque de Serralves entre 1997 e 2003. 
 
Em 2002 fundou o Cantinho das Aromáticas, projeto único do género na Europa Ocidental de agricultura biológica urbana. Durante 21 anos foi agricultor e viveirista, produziu em modo de produção biológico, plantas aromáticas, medicinais, condimentares. Da semente ao produto final, criou infusões, tisanas e condimentos de grande qualidade, para o mercado nacional e para exportação. 
 
Orientador e co-autor de diversos trabalhos científicos. Lecionou em centenas de palestras, conferências, workshops, em empresas, escolas e universidades de todo o país. Co-autor do livro "Erva uma Vez". Distinguido como Técnico Hortícola de Honra, pela Associação Portuguesa de Horticultura. 
 
Fez televisão de forma regular durante vários anos, mantendo rubricas regulares na RTP1 e RTP2. 
 
 
 

Agronomic Engineer with regulated training in organic farming. Agronomic consultant. Specialized in aromatic, medicinal plants and ethnobotany. Specialized in agroecology and ecological restoration. 
 
Effective Member of the Order of Engineers. Graduated in Agricultural Engineering from University of Trás-os-Montes and Alto Douro. Co-author of several scientific publications. General Manager of Serralves Park between 1997 and 2003. 
 
In 2002 founded Cantinho das Aromáticas, the only project of its kind in Western Europe of urban organic agriculture. For 21 years was a farmer and nurseryman, producing organic aromatic and medicinal plants. From seed to final product created high quality organic herbal teas and seasonings for the national market and for export market. 
 
Keynote speaker at hundreds of lectures, conferences, workshops, in companies, schools and universities across the country. Co-author of the book "Erva uma Vez". Distinguished as Horticultural Technician of Honor by the Portuguese Horticultural Association. 
 
Worked in television regularly for several years, maintaining regular appearances on RTP1 and RTP2.  
 
 

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Em formação

 Em formação.
 







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Beleza Faialense

 Beleza Faialense.
 

 

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Medronheiro

Cresci vendo na televisão imagens incríveis de animais de todos os tamanhos e feitos, nas savanas da África oriental, procurando frutos de marula (Sclerocarya birrea), sob a copa das árvores.

Era absolutamente fascinante observar o comportamento de elefantes, girafas, avestruzes e babuínos, embriagados, após ingerirem os frutos fermentados. Qualquer fruta que fermente, produz uma certa quantidade de álcool, a espécie humana levou este processo ao estado da arte.

O equivalente na flora de Portugal era o medronheiro (Arbutus unedo). Jovens estudantes de Engenharia Agrícola, percorríamos demoradamente o maravilhoso campus da UTAD em busca dos frutos mais maduros. Apanhar medronhos no início de Novembro era um hábito instituído.

Nem todos os anos tínhamos sorte, porque a produção de frutos no medronheiro é bastante irregular. Depende da incidência de geadas e de anos de safra e contra-safra (grande produção de fruto e baixa produção de fruto, em anos sucessivos).

São deliciosos, mas apenas se consumidos muito maduros, quase sorvados. Mas esta não era a única razão que nos compelia na sua busca. Era o mito que nos guiava pela mata, o mito que alegava a sua ancestral capacidade de provocar embriaguez a quem consome muitos. Nunca comprovado.

Não duvido que em crianças, com menor densidade corporal que um adulto, e uma percepção de sabores menos desenvolvida, haja uma pequena probabilidade de consumirem frutos fermentados, caídos no chão, por impossibilidade de alcançar na copa os frutos maduros.

Talvez por isso muitas das descrições de embriaguez sejam nesta fase de vida! Com adultos essa possibilidade é muito remota... Comer medronhos maduros, não fermentados, não embebeda. Já beber a sua aguardente, sim, e de que maneira!

É de importância ancestral para os povos da Península Ibérica. Faz parte da simbologia da cidade de Madrid, onde também é possível encontrar a estátua de um(a) urso(a) a comer os seus frutos, em plena Porta do Sol.

Os ingleses chamam-lhe strawberry tree (árvore dos morangos). As folhas do medronheiro têm propriedades diuréticas, anti-sépticas das vias urinárias, sendo aplicadas para aliviar a diarreia, doenças a nível renal e arteriosclerose. O mel tem características muito especiais.

Para um observador menos atento, os seus frutos podem ser confundidos com líchias (Litchi chinensis), um fruto tropical nativo de algumas regiões na Ásia.
 



 

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Não sabemos

Ao longo de mais de duas décadas a exercer, recebi milhares de pessoas com o mesmo problema, no consultório…
 

 

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Noiva-da-floresta

Em vida, era conhecida por bétula, bidoeiro, vidoeiro, bédulo, vidoeiro-branco, entre outros nomes vulgares. Quanto ao nome da(s) espécie(s) portuguesa(s), é complicado (Betula sp.)…

Sempre que encontra bétulas espontâneas, elas falam consigo. Dizem-lhe que já chegou ao altar da montanha…
 

 

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Madame Courgette??? Oui, c’est moi…

Parte da nova plantação Primavera/Verão 2023, as Madame Courgette são 100% orgânicas, produzidas apenas com “Coco” de cavalo compostado.

Desfilaram na passerelle de alta-fervura da sopa do jantar, calçando um lote muito selecionado de ingredientes, considerados a realeza das principais receitas de sopas europeias.

Por todo o lado sente-se o fino e delicado perfume, um clássico, Salsa n. 5… Uma fragrância de luxo, que agora também pode ser sua.

Nunca esquecerei a nossa primeira vez, quando levantei a tampa de uma Le Creuset:

“Madame Courgette??? Oui, c’est moi…”.
 

 

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É tudo muito bonito...

 É tudo muito bonito, mas agora vou ter que sair, que tenho uma consulta às cinco e meia…
 

 

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Erva-prata

Quando se tem uma coleção botânica com tantas espécies como as que existem nos jardins produtivos do Cantinho das Aromáticas, é habitual que, ao longo dos anos, algumas se vão perdendo.

Ou porque não se adaptaram às condições locais, ou porque não fomos suficientemente competentes para as cuidar. Não é o caso da erva-prata (Paronychia argentea), também conhecida por erva-dos-linheiros, erva-dos-unheiros, paroníquia ou paroníquia-prateada.

Frequente em quase todo o país, surge espontânea em solos secos, arenosos ou pedregosos, bermas de caminhos e nas dunas. É nas areias, próximo do mar, que mais gosto de a encontrar.

Esta planta perene, algo lenhosa na base, cresce prostrada, formando tapetes que, quando em floração, se tornam absolutamente deslumbrantes, cobrindo de prata calhaus que se transformam em joias, areias que deixam de contar o tempo.

Cuide observar as suas pequenas flores à lupa, sinta a textura dos tecidos que a compõem, é uma daquelas experiências que merece ser vivida. É tão resiliente, que nos contextos mais extremos, a sua parte aérea habitualmente seca nos períodos mais tórridos, com a segurança de que voltará a rebentar, na Primavera seguinte.

Foi sempre uma das minhas plantas de cobertura favoritas para jardins xerófitos. Não conheço um único viveiro a produzir esta espécie no nosso país. Igualmente espantoso é o seu enorme potencial terapêutico, cada vez mais estudado, por cientistas de todo o mediterrâneo, revelando uma ampla gama de atividades farmacológicas.

Diurética, adstringente, constitui um potencial tratamento para doenças renais. Tem propriedades analgésicas, é utilizada no tratamento de úlceras estomacais. Contribui para a eliminação de toxinas do sangue. Uma planta extraordinária, com um potencial imenso, ainda por descobrir.

Dei com este exemplar na nossa coleção botânica a “olhar” para mim, com o seu olho verde, que piscou, um claro sinal dando-me conta que teria que partilhar a prata do nosso cofre do tesouro, consigo.
 





 

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Agastache

Há vários anos que nos jardins produtivos do Cantinho das Aromáticas cultivamos esta maravilhosa planta, proveniente da América do Norte. As suas folhas exalam um forte aroma a anis, além disso, quando mastigadas, são incrivelmente doces.

Produz umas enormes espigas de flores azuis, que atraem grande número de borboletas e outros insetos polinizadores. É uma das mais interessantes plantas melíferas que se pode cultivar numa horta ou jardim.

O agastache (Agastache foeniculum), também conhecido como hissopo-anisado, é uma planta tradicionalmente utilizada no tratamento de resfriados e febres.

Pode aplicar-se sobre a pele um cataplasma de folhas e caules para tratar queimaduras. Comestível, pode ser adicionada a saladas e omeletes.

É o terceiro e mais importante ingrediente da nossa premiada tisana Doce Menta, uma mistura de hortelã-vulgar, hortelã-pimenta e agastache.  
 
Partilho uma história em primeira mão:

Quando em 2014 desenvolvemos esta e outras tisanas, um processo que demora entre 8 a 12 meses, eu sonhava poder criar uma mistura que, na boca, se comportasse como um trio de jazz, estilo musical que a nossa equipa ouvia diariamente, durante as horas de trabalho.

Depois de milhares de provas, conseguimos o blend perfeito, batizado de Doce Menta. À semelhança de uma música jazz, a surpreendente doçura harmoniza a improvável fusão de duas mentas.

Para a melodia ser perfeita, temos que nos juntar a este trio amarelo-cintilante e deixar surpreender pelo crescendo final, repleto de notas a mentol e anis. Esta tisana é música na boca! Prová-la é uma experiência maravilhosa!

Por curiosidade, amplie o rótulo do produto, é um dos mais bonitos de todos, carregado de simbolismo jazz!
 




 

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